Há 150 candidatos por cada vaga aberta na fábrica da Lufthansa

Investimento promete criar 700 empregos diretos até 2027. Inaugurado centro técnico onde será ministrada formação. Recrutamento prossegue

Há uma corrida às oportunidades de trabalho da Lufthansa Technik Portugal, que vai abrir uma unidade em Santa Maria da Feira, que prevê a criação de 700 empregos diretos até 2027. A empresa já recebeu cerca de 150 candidaturas por cada vaga nos processos de recrutamento em curso. Ontem, inaugurou o seu centro de formação, o primeiro passo visível de um investimento de grande escala.

O entusiasmo pelo projeto tem-se refletido na elevada procura por parte de interessados. "Recebemos cerca de 150 candidaturas por vaga para os cargos que anunciámos até agora, o que nos deixa muito otimistas em relação ao processo", revelou ao JN Volker Magunna, presidente do Conselho de Administração da Lufthansa Technik Portugal.

Estamos felizes por já termos conseguido contratar 25 colegas para a Lufthansa Technik Portugal, mas ainda temos muito trabalho pela frente em termos de recrutamento", salvaguardou. A estratégia inclui parcerias com instituições de ensino e presença em iniciativas para captação de talentos.

Questionado sobre possíveis parcerias com empresas locais, o responsável disse que "são perfeitamente concebíveis para no futuro". "Mas ainda não há nada acordado em concreto, também porque ainda é muito cedo para isso", observou. Neste momento, a prioridade está nas parcerias que envolvam instituições de ensino local e universidades.

"Isso é importantíssimo para nós e, por isso, já começámos a trabalhar neste assunto. Já estamos a colaborar com o Cenfim, o Centro de Formação Profissional para a Indústria Metalúrgica e Metalomecânica", afirmou. O Cenfim está atualmente a dar apoio no processo de seleção técnica de mecânicos e mecânicas.

Em relação à estratégia da empresa nesta aposta em Portugal, Volker Magunna referiu que se trata de "um projeto muito interessante e desafiante, porque dá a oportunidade de criar algo grandioso". "Também me dá prazer a colaboração até agora com as autoridades portuguesas, que nos têm apoiado muito a nós e ao projeto", registou.

"A nova fábrica [que deverá estar pronta até ao final de 2027] vai permitir expandir significativamente a nossa capacidade de reparação de peças de motores e componentes de aviões, garantindo assim que, no futuro, poderemos continuar a satisfazer a crescente procura dos nossos mais de 800 clientes internacionais", vincou.

Sobre o futuro das instalações na Feira e a possibilidade de o projeto ser aumentado, o administrador adiantou: "O edifício foi projetado de forma a poder ser ampliado, se necessário, em cerca de 12 mil m2 no mesmo terreno, o que permite a criação de novos postos de trabalho".

No entanto, "isso é apenas uma opção para o futuro, neste momento estamos a trabalhar arduamente para inaugurar a tempo a unidade de produção com 54 mil m2", reiterou.

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"Aqui fomos recebidos de braços abertos"

Questionado sobre a escolha de Santa Maria da Feira, Volker Magunna explicou: "Aqui fomos recebidos de braços abertos por todos os envolvidos, desde o início". A "localização geográfica [da zona industrial] e as condições políticas estáveis" foram pontos considerados positivos. "Igualmente importantes para nós foram a boa infraestrutura e, acima de tudo, o mercado de trabalho atraente", referiu Volker Magunna, precisando ainda que, na zona industrial, encontraram o terreno que correspondia aos critérios da empresa.