06 Set 2017

Web Summit cresce para 60 mil

Em novembro, Lisboa volta a ser a Meca do empreendedorismo mundial. São esperados mais sete mil participantes do que em 2016 

Crescer, crescer. Este é o lema da Web Summit desde que foi criada, em 2009, pelo irlandês Paddy Cosgrave. Na edição deste ano são esperados em Lisboa mais de 60 mil participantes de 170 países, quando em 2016 marcaram presença 53.056 pessoas de 166 países.
O número de startups também vai subir de 1490 para 1600. Para uma centena de startups portuguesas inscritas, esta é mais uma oportunidade para contactar com 1600 representantes de capital de risco internacional.

Cabeças de cartaz também não vão faltar nos nove palcos onde vão decorrer 21 conferências. A organização do evento liderado por Paddy Cosgrave volta a trazer à capital portuguesa ex-políticos e presidentes de grandes multinacionais.

O impacto direto na economia portuguesa volta a não ser negligenciável, já que deverão ser largamente ultrapassados os €200 milhões que, segundo o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, foram injetados no país durante a edição de 2016. Só o sector hoteleiro terá arrecadado €50 milhões e através da plataforma Airbnb foram feitas 15 mil reservas em alojamento local.

Balanço positivo e melhorias

Para João Trigo da Roza, presidente da Associação Portuguesa de Business Angels (APBA), o balanço geral da Web Summit é "positivo”. "Foi a ‘cereja em cima do bolo’ que, na sequência do desenvolvimento do ecossistema empreendedor nos últimos anos, ajudou a colocar o país e Lisboa no mapa”. Uma opinião que é partilhada por Nuno Gaioso Ribeiro, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco e de Desenvolvimento (APCRI), para quem o evento "deu um contributo estrutural na afirmação de Portugal como mercado relevante para criação e desenvolvimento de empresas de alto potencial de crescimento”.

Pedro Rocha Vieira, presidente da Beta-i, enfatiza o facto de Lisboa ser hoje "uma das mais importantes capitais empreendedoras da Europa. "Multiplicaram-se as incubadoras, aceleradores e espaços de cowork”, diz.

Trigo da Roza destaca também o maior envolvimento das grandes empresas, "que muitas vezes têm estado alheias a este processo”. "Entenderam que não podiam perder este barco e começaram a olhar mais seriamente para uma estratégia de corporate venture capital”, adianta.

Nuno Gaioso Ribeiro salienta "o reconhecimento de Lisboa/Portugal como cidade/jurisdição atrativa” e dá como exemplo o investimento da Mercedes-Benz Digital em Lisboa.

Rocha Vieira recorda que Lisboa está numa boa posição quanto à taxa de sucesso das suas startups, segundo o relatório "Global Startup Ecosysystem”. "Compete-nos provar que não se trata tudo de uma coincidência e que o nosso ecossistema é realmente dinâmico, fértil e está a amadurecer.” Admite que o capital disponível para investimento em Portugal não é tão vasto como noutros mercados, mas contrapõe "que se está a trabalhar muito nessa frente”. Dá o exemplo da Lisbon Investment Summit, que decorreu em junho.

Se pudesse melhorar algo da Web Summit face ao ano passado, João Trigo da Roza mexeria na sobrelotação de alguns eventos. "Não faz sentido pagar um bilhete caro para depois não conseguir entrar numa sessão importante. A nível dos investidores também se devia procurar ter uma maior capilaridade. Notava-se uma preponderância de fundos de capital de risco de determinados países em detrimento de business angels. Ora, muitas vezes uma primeira ronda de investimento é mais apetecível para um business angel do que para um fundo.”

Fonte: In, Expresso
Política de cookies

Este site utiliza cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso.   Saiba Mais

Compreendi