18 Nov 2016

“Uma estratégia para duas décadas”

O presidente da Câmara Municipal da Feira, Emídio Sousa, revelou que o orçamento de 63 milhões de euros aprovado para 2017 estabelece como prioridades o desenvolvimento económico, a qualificação e o emprego, já a pensar nas próximas duas décadas.

Em conferência de imprensa, Emídio Sousa revelou que essa estratégia passa por proporcionar às empresas locais melhores condições para o seu crescimento e por criar nas escolas nova oferta formativa relacionada com as tecnologias de informação e comunicação (TIC), área em que o país "já enfrenta carência de mão-de-obra qualificada" e em que a procura será ainda maior no futuro.

"Estamos a trabalhar o território a 20 anos, numa perspetiva de competitividade global, e dois setores que no futuro vão ser empregadores por excelência são as Tecnologias de Informação e Comunicação e a Saúde", afirmou o autarca. "Essas áreas exigem uma alta qualificação, normalmente são bem remuneradas e é por isso que estamos a procurar desenvolvê-las", realçou.

No caso das TIC, estão já em curso novos programas de incentivo ao domínio das linguagens informáticas, antecipando as necessidades das 60 empresas do setor hoje existentes no concelho. No caso da Saúde, a Feira já dispõe de um centro oncológico de renome mundial "procurado por doentes portugueses e estrangeiros", mas Emídio Sousa gostaria de ver alargada a oferta de serviços nessa área.

Nesse sentido, propõe-se desenvolver o Europarque Health and Research, criando "condições para a consolidação de um ‘cluster’ da saúde, congregando as dinâmicas da articulação entre a investigação regional - nomeadamente ao nível da engenharia dos tecidos, das neurociências e das técnicas cirúrgicas - e as empresas de serviços nessa área - sejam de farmacêutica, dispositivos médicos, turismo de saúde, bem-estar, cosmética, etc".

Como incentivo fiscal a empresas desse e outros setores, o orçamento de 2017 opta "pela não atualização do valor das taxas, pela manutenção do IMI abaixo do limite máximo definido na Lei e com uma redução máxima atendendo ao número de dependentes, e pela redução da derrama para empresas com um volume de negócios inferior a 150.000 euros anuais".

Esse orçamento prevê mais três milhões de euros do que o de 2016 e deverá gerar "um ‘superavit’ de 10 milhões, o que financiará no mesmo valor as despesas de capital, incluindo a amortização da dívida".

Emídio Sousa realçou que, desde a sua tomada de posse em 2013, a dívida da Câmara foi reduzida em mais de 20 milhões e, até final deste ano, "ficará perto dos 30".

Já os principais investimentos serão na reabilitação da rede viária, empreitada que a partir de janeiro levará ao terreno cerca de dois milhões em obras, assim como na infraestruturação da nova zona industrial LusoPark, no "possível arranque do eixo das cortiças entre Lamas e Fiães", na reabilitação da Escola EB 2,3 e Secundária Coelho e Castro, e na recuperação de nove empreendimentos de habitação social.

Emídio Sousa está confiante na concretização de todas essas intervenções e, a propósito dos três anos de mandato que cumpre este mês, realçou que a taxa de execução das suas promessas eleitorais está "perto dos 80%".

No balanço dessa gestão, um dos aspetos que mais valoriza é a redução do desemprego local: "Em janeiro de 2013 tínhamos uma taxa de 15,1% de desemprego e queríamos reduzi-la para um valor abaixo dos dois dígitos até 2018. Mas atingimos esse objetivo muito mais cedo e já estamos com 9,3%, porque passámos de 10.600 desempregados para cerca de 6.200".

O orçamento da Câmara da Feira foi aprovado com 7 votos a favor (5 elementos do PSD e 2 independentes), e 3 votos contra membros do PS. 

Fonte: Lusa
Política de cookies

Este site utiliza cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso.   Saiba Mais

Compreendi