15 Nov 2017

Nova associação para a investigação na área da Saúde Oral instala-se no Europarque

Trabalho prende-se com a regeneração óssea maxilar e de tecidos por clínicos com experiência e distribuídos por todo o país

No passado dia 21 de Outubro, no Europarque, foi inaugurada a ARTA (Association of Ridge and Tissue Augmentation), cujo trabalho se prende com a regeneração óssea maxilar e de tecidos. O momento foi assinalado pelos fundadores do Europarque, em Santa Maria da Feira, de uma sociedade de âmbito científico, que procura "a excelência em tratamentos de reabilitação oral, através de técnicas vanguardistas que solucionem casos complexos". Ricardo Henriques, dentista há sensivelmente vinte anos, é um dos membros deste grupo de investigadores, que se decidiu reunir "depois de uma acção de formação em Budapeste".

"A ideia de formar a ARTA surgiu na sequência de uma formação que alguns colegas portugueses fizeram em Budapeste com um dentista húngaro, que desenvolveu uma técnica mais eficaz, mais biológica e menos invasiva que as técnicas existentes para regeneração de tecido ósseo perdido nos maxilares. Os órgãos sociais são formados pelos 11 membros fundadores; são todos clínicos com experiência em regeneração óssea e distribuídos por todo o país, de norte a sul e ilhas. Quanto aos associados já são de vários países e pretendemos que venham a ser de todos os países onde se faça regeneração de tecidos orais" - conta o dentista.

Focada no "aumento dos tecidos orais", a ARTA quer primar a sua actuação por uma rebilitação oral feita de forma mais "natural" e com "maiores garantias de sucesso". Assim sendo, o estudo e desenvolvimento de técnicas de regeneração tecidual oral, a formação para médicos dentistas, a investigação na área e a divulgação de informação para a população serão alguns dos eixos de acção mais relevantes desta associação, como forma de combate a alguma publicidade do "tratamento rápido", para que se possa estudar "a forma mais duradoura de tratar os pacientes". "Hoje em dia a publicidade do tratamento rápido, como se vê nalguns folhetos e cartazes: 'dentes em 24 horas', é possível de se realizar em qualquer clínica dentária do país e não exige grandes conhecimentos científicos para além do que é básico para um médico dentista.

Mas muitas vezes essa não é a melhor nem mais duradoura opção para tratar um paciente, pois um implante colocado num osso fino tem maior probabilidade de correr mal a curto, médio ou longo prazo do que um implante colocado num osso com altura, largura e espessura adequados. A regeneração tecidular permite obter melhores condições intra-orais para a colocação de dentes fixos, mas exige conhecimentos científicos e técnicos avançados, que a ARTA pretende desenvolver e tornar acessível aos profissionais interessados na evolução da sua formação profissional" - afirma Ricardo Henriques.

Na sua grande maioria, os pacientes que apresentam o tipo de patologias estudados apresentam já alguma idade, embora também possam ocorrer casos numa idade mais jovem, por acidentes ou patologias genéticas. "Podemos dizer que a maioria das pessoas que precisam deste tipo de regeneração são de meia- idade para cima, na sua maioria. Muitas vezes, devido a acidentes ou a patologias genéticas, em que uma pessoa nasce com dentes a menos, normalmente o melhor tratamento será ganhar espaço para a colocação desse dente que não nasceu e o osso nesse sítio, como nunca teve dente, também será mais fino, existindo assim a necessidade de se regenerar. É aqui que o nosso trabalho entra" - explica o dentista. Embora considere que o panorama geral da saúde oral em Portugal "tem apresentado melhorias significativas", Ricardo Henriques reitera que ainda existem "problemas nos acessos aos cuidados de saúde oral" a nível nacional.

Apesar de ser um tema cada vez mais incutido nos mais novos, que desde cedo criam hábitos para uma futura vida adulta, o "baixo poder de compra" e a "conjuntura socio económica" fazem com que os serviços não sejam acessíveis a todos. Contudo, a localização da ARTA surge como uma continuação da aposta da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira na área da saúde e investigação. "A localização no Europarque surgiu por sugestão da Câmara Municipal, na sequência da aposta estratégica que a mesma está a fazer na área da saúde. Tiveram conhecimento do nosso projeto, consideraram que tinha potencial e sugeriram a nossa presença no Hubparque.

Para nós o Hubparque é interessante pois estão lá a nascer projetos promissores com os quais podemos trocar ideias e fazer parcerias - esclarece o responsável.



Fonte: In, Jornal N
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