IfThenPay: a rainha das referências multibanco supera meta de 2020 ao chegar aos 640 milhões transacionados

A IfThenPay registou um crescimento de 55% do número de transações efetuadas com referências Multibanco. Pandemia levou a acelerar crescimento do comércio eletrónico 

A IfThenPay soma e segue em contraciclo com as tendências de contração que os confinamentos e estados de contingência têm gerado na maioria das empresas. Entre o primeiro dia de janeiro e a data de publicação desta notícia, a empresa especializada na emissão de referências Multibanco já contribuiu para um total de 640 milhões de euros transacionados através de comércio eletrónico. 

A IfThenPay opera como emissora dos códigos descritivos de entidades, referências de transações e montantes de compras que são apresentados pelas lojas de comércio eletrónico para que os consumidores possam fazer pagamentos através das caixas automáticas ou de contas de banca eletrónica. Apesar de cada emissão de referência de Multibanco ter um custo, a adesão a este sistema de pagamento não parou de aumentar durante 2020, refere a empresa de Santa Maria da Feira.

Filipe Moura, diretor executivo da IfThenPay, lembra que a empresa tinha previsto chegar aos 640 milhões de euros transacionados com as referências Multibanco que emite só para o final de 2020. 

Também no número de empresas aderentes a este método de transação suportado pelo "ecossistema Multibanco”, os resultados superaram as metas iniciais: a IfThenPay contabiliza atualmente 17.400 empresas aderentes. O que significa que já superou a meta de 16.000 empresas aderentes inicialmente fixada para 2020.

"Os portugueses gostam das referências de Multibanco por questões culturais. Até os nossos os pais já as usavam e, além disso, é um método de pagamento que não nos obriga a expor os dados bancários quando fazemos uma compra na Internet”, explica Filipe Moura.

O líder da IfThenPay apresenta alguns números que pretendem confirmar a inclinação dos consumidores por um sistema que está limitado ao mercado nacional em que opera o Multibanco, mas que permite fazer compras sem recurso a cartões de crédito. 

Ou porque os lojistas restringem os métodos de pagamento ao Multibanco, ou porque os consumidores portugueses fazem essa escolha, as referências de Multibanco lideram hoje o segmento das transações na Internet em Portugal.

Segundo as estimativas da IfThenPay, a emissão de referências de Multibanco é o método de pagamento usado em 60% a 70% das compras efetuadas na Internet em Portugal. A empresa estima que os pagamentos por MB Way, que também dependem do Multibanco e também estão em crescendo, já oscilam entre os 15% e os 20% das transações efetuadas na Internet em Portugal. O que significa que o ecossistema Multibanco pode chegar, na hipótese mais otimista, 90% das transações efetuadas na Internet a partir de Portugal, sendo a parcela restante é suportada por cartões de crédito ou outros sistemas globais especializados na Internet.

"PayPal e Visa movimentam biliões de euros à escala mundial, mas as empresas que fazem negócios em Portugal preferem usar as referências Multibanco”, garante Filipe Moura.

O responsável pela IfThenPay admite que o ano em curso obrigou à revisão das metas definidas ainda antes de a pandemia ser notícia. "Provavelmente, o comércio eletrónico vai continuar a crescer depois da pandemia passar, mas a verdade é que a pandemia veio acelerar as compras efetuadas na Internet de uma forma que ninguém esperava”, acrescenta. 

Por cada referência Multibanco emitida para uma empresa aderente usar numa venda de um produto na Internet, a IfThenPay cobra 22 cêntimos acrescidos de 1,7% do valor da venda transacionada. No caso das notificações da pagamento por MB Way, o valor cobrado está fixado em 7 cêntimos acrescidos de 0,7% do valor transacionado. A IfThenPay garante que os valores cobrados são inferiores aos que são praticados pelas marcas de cartões de crédito. Até ao final do ano, a empresa deverá faturar cerca de três milhões de euros, o que reflete um crescimento de 40% face a 2019.

Por questões concorrenciais, a IfThenPay não revela o total das transações efetuadas, mas garante que esse indicador cresceu 55% face a 2019. O valor médio de cada transação também não é revelado. "O Turismo e as viagens, que costumam envolver valor maiores por transação, tiveram grandes quebras e, por isso, o crescimento do número de transações com as referências Multibanco que emitimos não foi acompanhado por um aumento equivalente do valor médio por transação”, acrescenta o executivo.

A IfThenPay não é a única empresa que explora a emissão de referências Multibanco, mas apresenta-se como a líder deste subsegmento das transações eletrónicas. Filipe Moura lembra que a preferência que a maioria dos portugueses demonstram pelas referências Multibanco pode revelar-se decisiva na escolha da loja ou da marca final – o que poderá dar uma vantagem comercial às empresas portuguesas face às estrangeiras. 

Mas o facto de beneficiar de um sistema de pagamentos que é também uma especificidade lusitana não impede os responsáveis da IfThenPay de olhar para lá das fronteiras nacionais. "Recentemente, a SIBS referiu o interesse de levar o MB Way para o estrangeiro. Quando isso acontecer, queremos acompanhar o MB Way nessa ida para outros mercados. Também estamos a analisar as oportunidades que podem surgir com o open banking (tradução banca aberta; que permite transacionar diretamente diferentes bens ou moedas), ou com as transferências instantâneas. E já estamos a trabalhar na integração com os sistemas da Visa e da Mastercard”, conclui Filipe Moura.