28 Jul 2020

Grupo JPS Cork desenvolve soluções sustentáveis em cortiça, direcionadas para uma ampla variedade de setores

Desde 1924 a apresentar soluções em cortiça, primando pela inovação e sustentabilidade, patente numa ampla variedade de setores, como os vinhos, a construção, o calçado e os têxteis, o Grupo JPS Cork, que vai já na 4.a geração da família, afigura-se como uma referência no negócio da cortiça. Cerca de 85% da faturação do Grupo advém da exportação para quatro continentes.

"A cortiça pode ser semelhante. A fonte é a mesma... a natureza. O que nos distingue são os produtos e a satisfação de necessidades. São as pessoas, o seu espírito de iniciativa e trabalho, a rapidez de atuação, união, humildade e a resilíência!". É com estas palavras que o diretor de marketing, Albertino Oliveira, distingue a cortiça produzida pelo Grupo JPS Cork dos demais. Tudo começou quando, ainda em tenra idade, Jorge Pinto de Sá iniciou a atividade de transformação de cortiça numa empresa local até assumir ele próprio, apenas com 19 anos, as hostes da Jorge Pinto de Sá, no Monte de Cima, em Paços de Brandão, a repto do pai.

Desde então, quase um século depois, "a organização tem evoluí do, assim como a cortiça, de forma equilibrada e sustentada", acabando de ser integrada nos quadros da empresa... a quarta geração da família. Mas já lá vamos. Detentor de uma única fábrica, esta a partir de 1955 começou a conquistar novos mercados, iniciando um forte período de expansão. Sem medo de arriscar e de forma a dar resposta aos sucessivos pedidos, 'nasceu' a Sedacor- Sociedade Exportadora de Artigos de Cortiça. Em contínua evolução ejá depois dejorge Pinto Sá ter passado o 'testemunho' aos filhos, em 1993, a família Pinto de Sá, proprietária das empresas Jorge Pinto de Sá, Lda e Sedacor, Lda, decidiu unificaras estratégias de desenvolvimento de ambas as empresas, dando origem ao Grupo JPS Cork, que se mantém até à atualidade.

Em face disso, a década de 90 assume-se protagonista na história da empresa. "A década de 90 é uma altura de grande relevo na nossa história, nomeadamente pelo grande salto obtido com a capacidade de produção própria de granulados de cortiça, fundamentais à diversificação de novos produtos na área tradicional de rolhas de cortiça e à entrada em novas áreas de negócio e novas aplicações, especialmente de componentes para outras indústrias, como a construção, calçado e outras, respondendo às tendências e necessidades do mercado, reforçando a estratégia de verticalização produtiva e economia circular no seio do Grupo", assegura Albertino Oliveira, acrescentando que "foi o embrião para a capacidade de inovação invulgar que se viria a revelar". Para Albertino Oliveira a criação do Grupo proporcionou, assim, "um acentuado crescimento nas sinergias obtidas entre Sedacor, Jorge Pinto de Sá e seus stakehol- ders, um reforço da flexibilidade e capacidade competitiva, assim como uma menor exposição a crises de nichos de mercado específicos, preparando o caminho para o aparecimento de novas fábricas na década seguinte".

E foi logo no primeiro ano da década, em 2000, que com o intuito de dar seguimento à estratégia de diversificação de produtos, edificaram uma nova unidade fabril, Sedacor - Unidade II, para a produção de blocos e folhas de aglomerado de cortiça. Um ano depois a história repetíu-se, com a construção de uma nova unidade fabril no coração da floresta portuguesa de cortiça, em Ponte de Sor, Portalegre.

85% da faturação do Grupo advém da exportação

O surgimento de novas unidades fabris fez-se acompanhar da incursão em novos mercados, sobretudo internacionais. Tendo como base uma "estratégia de criação de valor e diferenciação", mais de 85% da faturação do GrupoJPS Cork advém da exportação, resultante de mais de 50 países, espalhados por quatro continentes, desenvolvendo para isso ideias e produtos mais competitivos. O diretor de marketing explica: "O GrupoJPS Cork tem sucessivamente apresentado ao mundo soluções inovadoras e sustentáveis em cortiça, aliando o melhor da natureza à tecnologia e criatividade, para uma ampla variedade de sectores como vinhos (todo o tipo de rolhas), construção (isolamentos e compósitos), decoração, calçado ou têxteis (revestimentos de parede e pisos, tecidos, outras especialidades diversas) e com uma política de marcas coordenada e posicionada para cada mercado-alvo".

A aplicação da cortiça em novos materiais e produtos, cada vez mais "inovadores e sustentáveis", não se afigura tarefa fácil, pois requer "grandes investimentos e esforços". "Introduzir a cortiça em novos negócios e setores é uma aposta muito difícil, de longo prazo. Acarreta grandes investimentos e esforços para a organização. Além de que, exige risco, verdadeiro empreende- dorismo, capacidade de sonhar, adaptação a novos requisitos e mercados competitivos distintos, e sobretudo sacrifício, resiliência e união para fazer face às adversidades que ocorrem sempre que falamos de algo novo para nós e para o mercado", traça, de forma pormenorizada, Albertino Oliveira, sem esquecer a "aprendizagem contínua na área da Investigação e Desenvolvimento em modo 'equipa'com outras indústrias, universidades e centros tecnológicos". Porém, com a exportação a destacar-se no negócio da organização de cariz familiar, é inevitável abordar o impacto da pandemia no seio do GrupoJPS Cork.

Estando dependentes das vendas além-fronteiras e tendo as trocas comerciais sofrido forçosamente um abalo devido à epidemia, a economia consequentemente abrandou. As empresas sob o comando da família Pinto Sá sofreram o abalo. "Vários mercados estiveram seriamente diminuídos ou encerrados durante meses e alguns vão continuar a estar", começa por elucidar Albertino Oliveira, exemplificando. "Veja-se, por exemplo, o caso das rolhas de champagne e outros espumantes... Este tipo de material sofre brutalmente com a pandemia devido ao cancelamento por todo o mundo de eventos, festas e casamentos", diz, não escondendo a queda nas vendas.

Não obstante, o diretor de marketing prefere olhar para os aspetos positivos e salienta a resposta do GrupoJPS Cork ao SARS-CoV-2. "Graças à nossa competitividade, equilíbrio e diversidade de produtos e mercados temos conseguido aguentar a atividade e minimizado os efeitos negativos da pandemia. Os resultados deste posicionamento estratégico são inclusive mais evidentes agora, com a dinâmica de interdependência e alavancagem entre diversos setores onde atuamos. É um facto assinalável neste período de pandemia", considera.

Sedacor galardoada no 'Prémio Metropolitano do Empreendedorismo'

Recentemente, e voltando-nos para as distinções somadas ao longo da história, uma das empresas do GrupoJPS Cork, a Sedacor, foi uma das vencedoras do 'Prémio Metropolitano do Empreendedorismo 2019', promovido pela Área Metropolitana do Porto (AMP). Uma distinção que deixou direção e funcionários orgulhosos. "Foi um prémio que muito nos sensibilizou pelo reconhecimento público de empreendedorismo e inovação, e pela importância do valor da nossa atividade industrial para esta área, por parte dos seus responsáveis políticos. Uma grande região e das mais dinâmicas de Portugal, da qual nos orgulhamos de fazer parte", refere o diretor de marketing, em nome de todos. "Este tipo de reconhecimentos contribui para sabermos que estamos no caminho certo e motiva-nos para o futuro", diz ainda, em jeito de conclusão.

O Prémio Metropolitano do Empreendedorismo 2019 foi assim o mais recente, mas não o único. "Recebemos já distinções nacionais e internacionais no setor do calçado, mobiliário, vínico, entre outros. Mas a distinção que mais se destaca foi algo que era impensável até há pouco tempo", confessa, revelando, de seguida: "O que é considerado pelos especialistas têxteis o maior prémio do mundo em inovação têxtil: Techtextil In- novation Award 2019 - categoria Novo Material', com o disruptivo fio de cortiça 'cork-a-tex'".

"Pela primeira vez na história, um produto português ganhou este prestigiado prémio mundial. Se tivermos em consideração o contexto competitivo em que se envolve o setor têxtil mundial, sobretudo na sua vertente mais técnica, onde um dos grandes setores tradicionais portugueses, o têxtil, sempre tinha sonhado alcançar, mas nunca o tinha conseguido, até ao momento", acrescenta, manifestamente orgulhoso pelo trabalho desenvolvido pela Sedacor, em parceria com a Têxteis Penedo, a CITEVE e a Universidade do Porto. Contudo, não é só neste parâmetro que Albertino Oliveira distribui os louros: "De referir ainda que, neste setor, somos líderes mundiais graças a um grande esforço de notoriedade e qualidade também de outras empresas dinâmicas do nosso setor e nomeadamente da APCOR, do apoio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, do Governo e da União Europeia".
Fonte: In, Correio da Feira
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