08 Jun 2020

Empresários unem-se por um só objetivo: Fomentar o centro histórico

Os proprietários dos estabelecimentos sediados no centro histórico de Santa Maria da Feira criaram a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares do Centro Histórico de Santa Maria da Feira, com o intuito de encontrarem soluções para o pós-pandemia, que visem o reerguer da economia. O proprietário do Deja Vu, Miguel Leão, revela que já estão programados "eventos gastronómicos e pequenas animações”. 

"Queremos fomentar o centro histórico de Santa Maria da Feira”. As palavras são de Miguel Leão, proprietário de um dos estabelecimentos localizados na Rua Dr. Alberto Alves, o Deja Vu, que não se conformou com a queda na faturação resultante dos meses em que os estabelecimentos permaneceram encerrados por força do surto epidémico, que obrigou inclusive ao cancelamento dos eventos que geram a maior fonte de receitas, como o maior evento de Artes de Rua realizado em Portugal – Imaginarius e do maior evento de recriação histórica medieval do país – Viagem Medieval em Terra de Santa Maria.

Perante a queda abrupta, Miguel Leão não cruzou os braços e reuniu os demais empresários do centro histórico para lutarem em conjunto em torno da revitalização da zona mais movimentada do Concelho de Santa Maria da Feira, criando, com vista a esse fim, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares do Centro Histórico de Santa Maria da Feira. De acordo com o proprietário do Deja Vu, a situação por eles vivida é muito "específica”, não se comparando à de outros locais noutras freguesias da cidade, pelo que era "urgente encontrar soluções para o pós-pandemia”.

Para que o objetivo da associação se edifique é necessário assim revitalizar a zona. Como? Miguel Leão explica: "Vamos organizar eventos e trabalhar numa parceria estreita com as entidades competentes, para conseguirmos numa primeira fase solucionar várias situações, como as de trânsito, limpeza e policiamento”, revela o proprietário, que responde em nome de todos os demais empresários envolvidos, que apenas querem encontrar "a melhor solução para todos”.

Não obstante, ainda que o estado de emergência já não vigore, continuamos mergulhados numa crise sanitária, pelo que as restrições se mantém e impedem a organização de eventos de massa. Assim sendo, garante que os eventos programados serão realizados "dentro das legalidades”, estando já agendados "eventos gastronómicos e pequenas animações”.

Por enquanto, Miguel Leão não entra em pormenores, mas levanta a ponta do véu sobre o que poderá ocorrer no centro histórico dentro de um futuro próximo. "Estamos a tentar delinear atividades que promovam o centro histórico, que pode ser aproveitado sobretudo em família. Pretendemos também trabalhar com o turismo religioso, pois este segmento tem condições para impulsionar visitas ao Concelho, mas sem obviamente atingir o número de pessoas que a Feira nos habituou”, esclarece o empresário, que considera que Santa Maria da Feira tem muitos espaços verdes que podem ser aproveitados com o devido distanciamento social.

"Precisamos de espaços de lazer e não de carros a circular

Com as ideias a fervilhar, este grupo de empresários que constituem a mais recente associação feirense, não poderiam levar a causa a bom porto se não tivessem o apoio da Autarquia. Em cima da mesa do presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, encontra-se uma proposta especial: o encerramento ao trânsito na zona. "Há alguns anos que pretendemos condicionar a circulação automóvel na zona histórica, mas existem dificuldades logísticas que exigem atenção. Porém, por uma questão de segurança, turismo e desenvolvimento, estamos a criar condições para que isso seja possível, através da criação de um condicionamento de cargas e descargas”, diz, ressalvando que, para tal, necessitam da aprovação do executivo camarário. Ainda assim, estes empresários não têm dúvidas da relevância que teria. "Precisamos de pessoas e espaços de lazer e não de carros a circular”, sustenta Miguel Leão, com a certeza de que esta medida possibilita "o aumento das esplanadas”.

Relembre que a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira autorizou o aumento das áreas de esplanadas de cafés e restaurantes em todo o Concelho, a custo zero, até ao final do ano. Uma medida que deixou Miguel Leão, bem como os demais empresários, satisfeitos. "A Câmara estava consciente da nossa débil situação e tomou a iniciativa de nos presentear com essa decisão e muito bem”, avalia Miguel, que vê esta decisão como uma "condição necessária” para a retoma dos comerciantes. A par desta medida, o proprietário elogia ainda as demais, como o lançamento de um ciclo de webinars, designadamente o primeiro, que centrou a sua intervenção no tema ‘O Setor do Turismo em Portugal, num Mundo ‘Diferente’ Marcado pela Mudança Abrupta e pela Incerteza da Crise Pandémica’.
Fonte: In, Correio da Feira
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