24 Out 2019

Emídio Sousa quer “potenciar uma subida salarial saudável no concelho”

Bizfeira é a grande aposta do município na promoção da empregabilidade

O fórum Bizfeira 2019 apostou nos jovens e no emprego e ganhou — a grande novidade desta edição foi o Speed Recruiment e dezenas de candidatos saudaram a iniciativa; os mais jovens saíram do Europarque com a convicção de que estudar não basta é preciso estar entre os melhores.   
    
O Bizfeira, que decorreu esta quinta-feira, 17 de outubro, soma já cinco edições e é a grande aposta do município na promoção da empregabilidade. Nas edições anteriores, o foco foi a criação de emprego através da captação de investimento; mas esta edição marca o início de uma nova etapa — Emídio Sousa, Presidente da Câmara da Feira, quer instigar uma subida salarial saudável no concelho, motivada pela criação de competências acima da média nos trabalhadores feirenses.  

Emídio Sousa, refere que, no concelho, a taxa de desemprego diminuiu e, de dia para dia, "o número de pessoas à procura de trabalho começa a ser menor”, o que deixa margem de manobra para o autarca colocar em prática a fase dois dos seus objetivos — "o meu foco já não é a empregabilidade porque julgo que já a atingimos; o objetivo passa agora por criar emprego qualificado” e tornar o concelho da Feira "num território competitivo pelas competências das pessoas”. "Mão de obra barata” e "trabalho a qualquer preço” são opções que o autarca não quer para os trabalhadores feirenses, por isso redireciona, agora, muita da sua atenção para os jovens — os trabalhadores da geração 2030 e da tecnologia 4.0.   

 
O Bizfeira convidou e dezenas de estudantes marcaram presença; o objetivo foi aproximá-los da realidade empresarial e permitir que percebam quais os desafios futuros das empresas e dos trabalhadores — a lição funcionou e quase todos saíram do Bizfeira com a noção de que: "só os melhores vão poder escolher” e para isso "temos de estudar muito” e estar entre "os melhores”. Avisos e conselhos não faltaram — alguns dos maiores players económicos do país. Assimilada a matéria, estes jovens "podem, agora, tomar decisões e repensar até as que já tomaram e penso que estamos a dar uma ajuda”, sublinhou Emídio Sousa ao lembrar que a formação terá de ser contínua: 

"é preciso reconverter a ideia de que quando acabamos os estudos não vamos precisar de muito mais; é uma ideia errada porque o que hoje fazemos de uma maneira, dentro de um ano ou dois poderá ser feito de outra forma mais eficiente e temos de estar preparados para uma aprendizagem permanente”. 

Ao falar dos trabalhadores, o presidente deixa um conselho aos empregadores — o foco não deverá ser apenas a modernização e automação, é vital que as empresas trabalhem com os melhores talentos. "A retenção de talentos vai ser um dos desafios das empresas, quando tivermos um bom colaborador na nossa organização temos de ajudá-lo a ser feliz e ajudá-lo a ter uma vida digna”; é preciso "criar condições para o reter porque é ele que acrescenta valor à empresa e faz com que esta seja competitiva”, diz Emídio Sousa ao reforçar que "descobrir os talentos que queremos na nossa empresa e depois ser capazes de os reter é o desafio do empregador”.  


Balanço feito, o Bizfeira reuniu cerca de mil pessoas, entre empresários e jovens, à procura da sua vocação; as representações internacionais foram uma vez mais muito fortes e, esta edição, contou com dois embaixadores — Republica Checa e Suécia, sendo a Suécia uma presença imprevista que ao ficar absolutamente maravilhada com o que encontrou se prepara, agora, para trazer empresários para o concelho e Emídio Sousa confirma "a concretização de alguns negócios, com um conjunto de empresários da câmara de Geneve”. 

A esta dinâmica o Bizfeira juntou ainda um conjunto de empresas do concelho; uma reflexão interessante sobre o futuro do trabalho e promoveu encontros de empregabilidade — o Speed Recruitment colocou frente a frente empregadores e pessoas à procura de trabalho, com centenas de postos de trabalhos disponíveis. Quem participou saudou fortemente a iniciativa porque "evita percorrermos quilómetros para fazer uma entrevista”, "as empresas muitas vezes não nos abrem a porta” e "descobrimos aqui outras oportunidades”, explicam três dos muitos candidatos ao speed recruiment: Rui Costa, de 25 anos, é natural de Santa Maria da Feira e licenciado em Criação e Gestão de Negócios, está em fila de espera para as vagas da Faurecia; Beatriz Ferreira, de 33 anos, também é natural de Santa Maria da Feira, está em fila para "três vagas que me interessam — duas a nível fabril e uma como empregada de balcão”; Nelson Pereira, de 17 anos, natural de Santa Maria da Feira, tem na mira duas oportunidades uma "para eletricista, outra para tapeçaria”, mas o jovem confessa que a primeira é mais ao seu género. 
Fonte: In, Diário da Feira
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