Covid-19. DGS já acordou com os ginásios as regras de reabertura. "Só falta poder ser a 1 de junho", diz a AGAP

Já há 'fumo branco' sobre as regras com que poderão reabrir os ginásios em tempo de coronavírus. A Direção-Geral da Saúde (DGS) concluíu as orientações para os clubes voltarem a funcionar e pediu o parecer à Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP), que diz estar "em total acordo", segundo avançou ao Expresso o seu presidente, José Carlos Reis.

"As medidas vieram de encontro às nossas expectativas, estamos muito contentes com o trabalho apresentado pela DGS e concordámos com a totalidade das medidas apresentadas. Iremos cumprir escrupulosamente aquilo que a DGS emanou", garante o presidente da AGAP.

Ainda não são públicas as orientações finais da DGS aos ginásios, e tudo o que a associação adianta é que "estão muito próximas das nossas propostas". O que se espera é que os ginásios passem a funcionar com menos lotação, sob marcação prévia, com restrições ao nível da permanência dos utentes e procedimentos sistemáticos a nível de desinfeção. Também a utilização de balneários ficará, para já, interdita, só se podendo utilizar as casas de banho do ginásio para troca de roupa.

A AGAP já tinha avançado ao Governo a 16 de abril um conjunto de propostas para os ginásios poderem reabrir em novas condições, o que incluía limitar a permanência dos utentes a uma hora, ter horários específicos para idosos, proibir exercícios a dois, reduzir as aulas de grupo a 45 minutos salvaguardando distância de 4 metros quadrados por cada pessoa e com intervalos entre as sessões para arejar e limpar o espaço.

Também foi recomendado na altura pela associação baixar para metade a utilização de máquinas nas salas para exercícios de 'cardiofitness' e musculação, pondo gel desinfetante à disposição dos utentes para o aplicarem antes de cada utilização. Restringir os balneários à troca de roupa e interditando os duches, além dos cacifos deverem ser intercalados para as pessoas poderem manterem distância, foram outras iniciativas avançadas na altura pela associação portuguesa de ginásios, após uma recolha de práticas que estavam a ser adotadas por academias em toda a Europa para fazer face à Covid-19.

"Falta agora apenas deixarem-nos abrir a 1 de junho", frisa o presidente da AGAP, referindo que foi um passo importante já terem sido clarificadas as normas por parte da DGS, mas a definição de datas não é da competência deste organismo.

A AGAP tem-se batido pela reabertura dos a 1 de junho, pelo impacto negativo que a paragem está a trazer sobretudo aos pequenos ginásios, que em Portugal assumem um peso de 60% a 70%. E lembra que foi a própria associação a pedir o encerramento dos clubes quando o surto ficou mais grave, antes do Governo ter decretado o estado de emergência e o fecho de clubes e espaços de 'fitness' a 23 de março.

José Carlos Reis garante que os ginásios estão preparados para poder reabrir em junho e sabem ao detalhe como deverão funcionar em ambiente de aulas de grupo sob restrições. Segundo já tinha avançado ao Expresso, "o que nós temos em mente é que sejam feitos no chão quadrados de dois metros por dois metros a ocupar por uma pessoa. Depois não pode haver ninguém ao lado ou à frente. Será semelhante a um tabuleiro de xadrez". E também tinha frisado que a AGAP só não ia aceitar que os alunos fossem obrigados a usar máscara durante o exercício físico, defendendo que os instrutores usem material individual de proteção apenas "se quiserem".

Apesar de não haver ainda data oficial de reabertura, alguns ginásios com espaços exteriores já têm estado a fazer aulas ao ar livre, limitadas a cinco pessoas, modalidade já permitida pelo calendário do desconfinamento, o que inclui desportos como ténis ou 'padel'.