25 Mai 2020
Citeve investe meio milhão para reforçar resposta à covid-19
A trabalhar "acima da sua capacidade normal”, o Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, que foi o primeiro a certificar máscaras, está a contratar.
O Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve) já investiu cerca de meio milhão de euros em novos equipamentos para aumentar a sua capacidade de resposta em alguns ensaios no âmbito da covid-19. E vai reforçar os quadros. Desde meados de março que o centro está "claramente a trabalhar acima da sua capacidade normal”, obrigando à deslocação de técnicos de umas áreas para outras, mas o diretor-geral da instituição admite que precisa de, rapidamente, retomar alguns projetos de investigação e desenvolvimento que ficaram em stand-by. "A certificação é o grande suporte do presente, mas é altura de trabalhar o futuro”, sublinha Braz Costa.
O centro, que foi o primeiro a nível nacional acreditado para a certificação das máscaras sociais, tem sido fortemente criticado pela demora neste processo. "Não digo que seja justo, mas compreendo a legitimidade de quem critica a demora porque lhe põe em causa um determinado negócio, mas ninguém estava preparado para analisar 200 máscaras ao dia. Há ensaios que demoram 10 minutos por máscara e que têm de ser feitos, no mínimo, duas vezes, quando chegam e depois das cinco lavagens. E assim por diante a cada grupo de cinco lavagens”, explica Braz Costa, sublinhando que o centro teve de "comprar equipamentos à pressa” e de redirecionar para o projeto covid-19 uma série de funcionários que precisa de, "tão rapidamente quanto possível”, colocá-los nas suas atividades normais. Dos 145 funcionários do Citeve, cerca de 100 foram direcionados para o projeto covid-19
A verdade é que "há cada vez mais empresas a tentar entrar neste negócio”. No total, diz Braz Costa, há já 923 empresas envolvidas no combate à covid-19, das quais 520 nunca tinham recorrido aos serviços do Citeve. "Há um certo mundo têxtil de empresas, geralmente pequenas, que trabalha em regime de subcontratação e que apenas vendem serviços, não estão habituadas aos processos de certificação nem ao controlo de qualidade em laboratório”, garante.
Números que atestam a "capacidade de resposta extraordinária” da têxtil e do vestuário que, apesar de composta por "realidades muito distintas”, quer ao nível das competências, da capacidade de investimento em I&D ou até conhecimento dos mercados internacionais, é uma indústria que "quando apertada pela necessidade, mexe-se, e todos vão a jogo”. Com ou sem conhecimento, mas dispostos a aprender.
A prová-lo está a taxa de aprovação dos ensaios realizados pelo Citeve. Na primeira quinzena de abril, só 9% das máscaras submetidas foram aprovadas. Mas na primeira semana de abril, essa taxa era de 5%. Na segunda quinzena de abril, a taxa de aprovação já subiu para 22% e na primeira de maio já se situou nos 32%. "Isto significa um crescimento assinalável da curva de aprendizagem e acredito que ela vai continuar a subir”, diz este responsável.
No entretanto, a procura acrescida por parte de clientes internacionais, veio colocar ainda mais pressão sobre o centro. "Já estou a recrutar gente. Tenho sete posições em aberto, estou a ler currículos para, tão rapidamente quanto possível contratar, mas depois é preciso formá-los e treiná-los até que estejam preparados para fazerem ensaios clínicos”, diz. A Universidade do Minho disponibilizou gente e equipamentos para fazer alguns testes de despistagem, o que é uma ajuda, diz Braz Costa.
O diretor do Citeve não entra em pormenores sobre os projetos de I&D que ficaram em banho maria, sublinhando apenas que precisa de lhes "dar gás”. E mesmo na área das máscaras há, ainda, muito a fazer. Há pouco mais de uma semana foi conhecido o projeto da Elastoni, de Vila Nova de Famalicão, que desenvolveu, com o apoio do Citeve, uma máscara social transparente para facilitar a leitura labial para pessoas com dificuldades auditivas.
Mas o centro continua à procura de soluções elevada respirabilidade para públicos com outras necessidades específicas, designadamente asmáticos, desportistas profissionais ou simplesmente para a prática de desporto em espaços fechados. "Há muito trabalho em curso com especialistas na área da medicina, quero que Portugal seja melhor que os outros a desenvolver produtos específicos e altamente complexos”, sublinha Braz Costa. Em processo de certificação está já uma máscara para homens com barbas volumosas. "Faz todo o sentido, para que funcione bem, tem que ser diferente”, sublinha
O centro, que foi o primeiro a nível nacional acreditado para a certificação das máscaras sociais, tem sido fortemente criticado pela demora neste processo. "Não digo que seja justo, mas compreendo a legitimidade de quem critica a demora porque lhe põe em causa um determinado negócio, mas ninguém estava preparado para analisar 200 máscaras ao dia. Há ensaios que demoram 10 minutos por máscara e que têm de ser feitos, no mínimo, duas vezes, quando chegam e depois das cinco lavagens. E assim por diante a cada grupo de cinco lavagens”, explica Braz Costa, sublinhando que o centro teve de "comprar equipamentos à pressa” e de redirecionar para o projeto covid-19 uma série de funcionários que precisa de, "tão rapidamente quanto possível”, colocá-los nas suas atividades normais. Dos 145 funcionários do Citeve, cerca de 100 foram direcionados para o projeto covid-19
A verdade é que "há cada vez mais empresas a tentar entrar neste negócio”. No total, diz Braz Costa, há já 923 empresas envolvidas no combate à covid-19, das quais 520 nunca tinham recorrido aos serviços do Citeve. "Há um certo mundo têxtil de empresas, geralmente pequenas, que trabalha em regime de subcontratação e que apenas vendem serviços, não estão habituadas aos processos de certificação nem ao controlo de qualidade em laboratório”, garante.
Números que atestam a "capacidade de resposta extraordinária” da têxtil e do vestuário que, apesar de composta por "realidades muito distintas”, quer ao nível das competências, da capacidade de investimento em I&D ou até conhecimento dos mercados internacionais, é uma indústria que "quando apertada pela necessidade, mexe-se, e todos vão a jogo”. Com ou sem conhecimento, mas dispostos a aprender.
A prová-lo está a taxa de aprovação dos ensaios realizados pelo Citeve. Na primeira quinzena de abril, só 9% das máscaras submetidas foram aprovadas. Mas na primeira semana de abril, essa taxa era de 5%. Na segunda quinzena de abril, a taxa de aprovação já subiu para 22% e na primeira de maio já se situou nos 32%. "Isto significa um crescimento assinalável da curva de aprendizagem e acredito que ela vai continuar a subir”, diz este responsável.
No entretanto, a procura acrescida por parte de clientes internacionais, veio colocar ainda mais pressão sobre o centro. "Já estou a recrutar gente. Tenho sete posições em aberto, estou a ler currículos para, tão rapidamente quanto possível contratar, mas depois é preciso formá-los e treiná-los até que estejam preparados para fazerem ensaios clínicos”, diz. A Universidade do Minho disponibilizou gente e equipamentos para fazer alguns testes de despistagem, o que é uma ajuda, diz Braz Costa.
O diretor do Citeve não entra em pormenores sobre os projetos de I&D que ficaram em banho maria, sublinhando apenas que precisa de lhes "dar gás”. E mesmo na área das máscaras há, ainda, muito a fazer. Há pouco mais de uma semana foi conhecido o projeto da Elastoni, de Vila Nova de Famalicão, que desenvolveu, com o apoio do Citeve, uma máscara social transparente para facilitar a leitura labial para pessoas com dificuldades auditivas.
Mas o centro continua à procura de soluções elevada respirabilidade para públicos com outras necessidades específicas, designadamente asmáticos, desportistas profissionais ou simplesmente para a prática de desporto em espaços fechados. "Há muito trabalho em curso com especialistas na área da medicina, quero que Portugal seja melhor que os outros a desenvolver produtos específicos e altamente complexos”, sublinha Braz Costa. Em processo de certificação está já uma máscara para homens com barbas volumosas. "Faz todo o sentido, para que funcione bem, tem que ser diferente”, sublinha
Fonte:
In, Dinheiro Vivo