16 Nov 2016

CINCA - Qualidade, design e serviço - Entrevista a José Nunes Amaral

Nasceu na década de 60 e hoje, com mais de meio século de presença no mercado, a CINCA continua a ser uma marca de mosaicos porcelânicos que junta qualidade e profissionalismo ao bom gosto e inovação.

Desde os primeiros tempos de vida, a CINCA encarou o mercado externo como uma grande oportunidade de negócio e, passo a passo, o crescimento da empresa foi-se consolidando. Hoje, a exportação para mais de 70 países já absorve a maioria da produção. José Nunes Amaral, administrador da CINCA, dá-nos a conhecer o trajeto da empresa, desde o seu nascimento até aos nossos dias.

A CINCA nasceu em 1964. Quais eram os métodos de produção de mosaicos nessa altura?
A CINCA nasceu em 1964, mas só começou efetivamente a produzir em 1965. Os princípios básicos da produção dessa altura não diferem grandemente do que atualmente se faz. Em boa verdade, a cerâmica tem a particularidade de ser uma indústria que se encontra muito ligada às matérias-primas naturais. E uma das poucas, na área puramente industrial, em que existe uma ligação quase direta entre o consumidor e a origem dos materiais, as matérias-primas, apenas com uma fábrica de permeio.

No caso particular dos mosaicos, nem aí se verificou significativa alteração. A nossa linha de produção de 1965 mantém-se em funcionamento com poucas alterações relativamente ao processo original. Prensar, secar e cozer continuam a ser, agora como então, as etapas básicas da produção do mosaico cerâmico.

A empresa foi crescendo, mas só depois da revolução do 25 de Abril, no final dos anos 70, é que deu o salto da internacionalização. Explique como tudo aconteceu.
Tudo aconteceu passo a passo. O crescimento foi-se consolidando, até que, em finais dos anos 70, a CINCA internacionalizou-se, visando essencialmente países como França, Alemanha e Espanha. Hoje, a exportação abarca mais de 70% da produção total, para mais de 70 países.

A internacionalização ajudou a expansão da CINCA e levou a marca a tomar medidas para aumentar a capacidade produtiva. Qual foi a estratégia definida?
Foi muito rapidamente que a CINCA se deu conta da importância de possuir uma gama de produtos capazes de satisfazer os consumidores mais exigentes, fidelizandoos através de uma oferta global.

Assim, entre 1987 e 1989, a CINCA procedeu a uma série de aquisições estratégicas (CIC, DECOCER e LITOCER) que lhe permitiu, com as suas diversas unidades de produção especializadas, fornecer um vasto leque de produtos. A sequência natural desse crescimento foi a entrada em bolsa, em 1988, com uma OPV realizada na Bolsa de Valores do Porto.

Em 1992, a entrada da Keramik Holding AG Laufen no capital social da empresa marcou a sua política estratégica, tendo então sido determinante na reorganização e modernização dos seus processos administrativos e comerciais. A fusão das sociedades adquiridas, realizada em agosto de 1995, permitiu reunir numa só sociedade a produção de pavimentos e revestimentos cerâmicos, com ganhos significativos através da inerente racionalização dos processos administrativos, financeiros e comerciais.

Para a CINCA, o ano de 1998 foi marcado pela integração no Grupo Ricchetti, um dos maiores do mundo no mercado dos mosaicos cerâmicos. Quais foram os benefícios para a marca nacional?
Efetivamente, o ano de 1998 foi marcado pela venda da participação que a Keramik Holding AG Laufen detinha na CINCA ao grupo italiano Ceramiche Ricchetti. Este poderoso grupo do setor dos pavimentos e revestimentos cerâmicos atua numa dimensão mundial, possuindo diversas unidades de produção na Europa e dispondo de uma vasta rede de distribuição internacional. A integração da CINCA no Grupo Ricchetti abriu perspetivas de desenvolvimento da sua atividade, permitindo-lhe beneficiar do know-kow e poder negocial deste grande produtor cerâmico italiano, bem como usufruir da sua cadeia mundial de distribuição.

Nesta altura, qual é a principal aposta da CINCA?
A principal aposta da CINCA continua a ser a oferta de uma gama completa, com elevados níveis de qualidade e de design, complementados por um serviço ímpar na indústria cerâmica.

A modernização é uma constante da marca. Quais foram os investimentos em novas tecnologias?
Apesar das enormes limitações que a crise instalada nos mercados impôs, a CINCA procurou sempre atualizar-se, particularmente nas áreas que afetam mais diretamente a sua competitividade.

A capacidade de apresentar aos seus clientes uma gama completa e moderna de produtos, com decorações ao nível do melhor que se produz mundialmente, levou a CINCA a concentrar a sua atenção nas áreas do processo produtivo que fazem a diferença.

Na sequência de vários investimentos que tem vindo a realizar ao longo de anos, a CINCA encontra-se presentemente a efetuar uma completa renovação de todas as suas linhas de vidragem e decoração, através da instalação de vários sistemas de decoração digital - dos mais modernos existentes no mercado-, alguns deles sem paralelo na indústria nacional e pioneiros a nível internacional.

Nos dias de hoje, como se consegue criar e produzir, neste mercado tão competitivo, uma coleção de sucesso?
A resposta é: estando permanentemente atento aos mercados e aos clientes. As empresas têm, por vezes, a tendência a focalizar-se na sua tecnologia e na capacidade tecnológica dos seus equipamentos. Os produtores de equipamentos procuram também exibir a sua capacidade de realização e apresentar sistemas cada vez mais sofisticados e capazes de realizar produtos fantásticos.

Mas nada disso é importante, se não se "ouvir" os mercados e os clientes. A CINCA procura acompanhar as principais tendências de mercado ao nível da decoração. Mantemos sempre uma estreita ligação com gabinetes de design a nível mundial e estamos presentes regularmente nas principais feiras do setor.

Quais são as tendências que estão a marcar o mercado dos revestimentos cerâmicos?
Com a substancial redução da dimensão do mercado da construção na Europa - e, em particular, em Portugal -, uma das grandes apostas de qualquer empresa do nosso setor tem de, necessariamente, passar pelo segmento da reabilitação. Muito embora os pavimentos e revestimentos cerâmicos apresentem uma grande flexibilidade de utilizações, podendo ser facilmente usados quer no contexto da construção nova, quer da reabilitação, não vamos negar que alguns dos nossos lançamentos, não sendo especificamente direcionados para a reabilitação, foram concebidos tendo este segmento em mente. Os grandes formatos, orientados para a utilização em fachadas ventiladas, é um bom exemplo.

Naturalmente, a oferta atual ainda está longe do que existe noutros países, particularmente no que toca aos serviços, nomeadamente ao nível de custos (elevados), rapidez de execução das obras (ainda muito lentas) e minimização dos incómodos para os proprietários. Com o tempo, e dado o crescimento deste setor, pensamos que rapidamente estaremos ao nível dos mercados europeus mais maduros.

A CINCA tem cerca de 500 colaboradores e opera maioritariamente para o mercado internacional. Qual o balanço que faz deste meio século de existência e de sucesso?
A filosofia de negócio que faz mover a CINCA há mais de 50 anos é muito clara e simples: dedicar o nosso talento e tecnologia à criação e ao desenvolvimento de produtos de elevada qualidade, capazes de satisfazer as necessidades mais arrojadas de cada um dos nossos clientes e de, em simultâneo, surpreendê-los.

"Qualidade, design e serviço" tem sido um lema que nos tem acompanhado ao longo de muitos anos no mercado, sendo esses, de facto, os principais fatores de diferenciação relativamente a outros concorrentes.

A superior qualidade e durabilidade dos nossos produtos foi, desde sempre, um valor marcante associado à nossa marca. Seja qual for o fim a que se destinam, os nossos produtos resultam sempre duma criteriosa seleção das melhores matérias-primas. Vivemos num mundo em constante movimento. O futuro é hoje e, por isso, estamos sempre atentos e empenhados na busca de novos produtos, novas soluções tecnológicas, diferentes matérias-primas e materiais. O serviço ao cliente é uma das nossas maiores prioridades. A CINCA possui uma equipa de vendas dinâmica e eficiente que procura sempre uma resposta flexível e inovadora às necessidades de cada cliente, ancorada num elevado profissionalismo e experiência, sempre com atenção às exigências e necessidades de cada mercado.

Fonte: In, Nova Gente Decoração
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