25 Set 2020

Centro Empresarial da Feira está a equacionar novos investimentos para replicar modelo de negócio

Após 1,5 milhões de euros na aquisição do imóvel e mais cinco milhões na sua recuperação e requalificação, o Centro Empresarial da Feira (CEF) iniciou atividade no final de 2017 e tem uma taxa de ocupação de 90%. "Vamos adaptando novas áreas à medida que são requisitadas, mas estamos a preparar-nos para investir mais dois a três milhões de euros", revela, em entrevista, Hugo Pinto, diretor-geral do CEF

"Estamos a equacionar novos investimentos de replicação do modelo de negócio usado no Centro Empresarial da Feira"

Qual o percurso do CEF desde a sua fundação em 2017?

O CEF - Centro Empresarial da Feira nasce após a aquisição, em 2017, pelo grupo Tagar, das instalações da empresa Rhode, que era, à altura, a maior empresa nacional de calçados e que tinha entrado em processo de insolvência. A partir do aproveitamento de instalações da antiga fábrica Rhode, com uma área de aproximadamente 55.500 m2, criámos um moderno e dinâmico centro empresarial que está neste momento com uma taxa de ocupação de cerca de 85/90%. Já captámos mais de 55 empresas, que criaram mais de 350 postos de trabalho, o que representa um enorme, reconhecido e prestigiado contributo para o desenvolvimento económico de Santa Maria da Feira. O projeto foi desenvolvido tendo em conta um serviço diferenciado em termos de 'fit out' e serviços de apoio, quer em termos de funcionalidade das próprias instalações. Inicialmente, foi complicado, pois a degradação das instalações era muita e o desenvolvimento do projeto foi complexo, tivemos de fazer novas infraestruturas e novos arruamentos. Os parceiros iniciais acreditaram no projeto e, passo a passo, fomos transformando o CEF naquilo que é hoje, moderno, funcional, atrativo, embora a execução integral do projeto só irá terminar no próximo ano.

Que razões explicam a ocupação de 90%?

É um conjunto de fatores que leva um projeto destes a ter sucesso. Apostamos em ter um centro empresarial com várias valências, uma parte destinada a escritórios e serviços e o restante a logística e indústria. O mercado do arrendamento industrial/logística é bastante diferente do restante mercado, pois obriga a termos capacidade de fazer 'fatos à medida', e cada empresa tem necessidades próprias, obriga a uma grande dinâmica e a um 'networking' específico. No arrendamento de escritórios oferecemos um formato de arrendamento e prestação de serviços em que o valor pago mensalmente inclui apoio administrativo, receção/expedição de encomendas e correio, internet, budget de consumo energético, salas de reunião/formação. Esta solução permite às empresas concentrarem- -se no seu 'core', permitindo uma solução de acordo com as necessidades da empresa, reduzindo ou aumentando o espaço e os seus custos operacionais.

Onde e como vão ser aplicados os novos investimentos?

Estamos a equacionar novos investimentos de replicação do modelo de negócio usado no CEF, alguns deles já em avançado estado de negociação. Embora o cenário atual obrigue a alguma ponderação neste tipo de investimentos. Temos tido muitos contactos de empresas multinacionais, que querem ter um plano B e C relativamente aos constrangimentos do mercado asiático, e Portugal tem condições para ser alternativa para estas novas necessidades.

Como está a decorrer o funcionamento do CEF em tempos de pandemia?

Felizmente, bem. Algumas empresas suspenderam a atividade durante o estado de emergência, mas voltaram todas ao ativo e conseguimos fechar mais alguns contratos com novos parceiros. Noto que ainda existe receio no que se está a passar, mas vejo resiliência e planos de expansão na maioria das empresas presentes no centro empresarial. Dou o exemplo da 'CrucialMed', cujo volume de negócio multiplicou desde o início da pandemia.

Que opinião tem sobre os parques empresariais do Grande Porto?

Temos projetos de referência a nível mundial (Porto Office Park e Lionesa, entre outros), a evolução neste setor foi muito grande e a Área Metropolitana do Porto acompanhou a evolução e necessidade do mercado.

Que aspetos considera essenciais para o sucesso de um parque empresarial?

Um projeto dinâmico, uma equipa coesa, um 'networking' ajustado ao cliente-alvo e a atenção permanente às necessidades dos nossos parceiros, pois o crescimento e sucesso deles é o nosso objetivo principal.

Fonte: In, Vida Económica
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