17 Fev 2020

Calçado quer duplicar exportações para o Japão em dois anos

Mercado nipónico será a grande aposta estratégica da indústria nacional em 2021.

A indústria de calçado portuguesa exporta 95% do que produz para 163 países em todo o mundo, no entanto, a diversificação de mercados continua a ser uma urgência. Sobretudo se atendermos ao facto de 85% do valor das vendas ao exterior estarem assentes nos mercados comunitários, que, em 2019, caíram 6,2%. Para 2021, a grande aposta será no Japão, onde a indústria pretende duplicar as suas vendas no espaço de dois anos.

A ideia é replicar no Japão a estratégia aplicada ao mercado americano. "Fizemos um grande investimento nos EUA, há cerca de dois anos, e já estamos a ter um retorno muito positivo”, afirma Luís Onofre, presidente da APICCAPS, a associação portuguesa do calçado, em referência aos números de 2019, ano em que a indústria exportou mais de 2,2 milhões de pares de sapatos para o mercado americano, no valor de 86 milhões de euros, mais 22% do que no ano anterior. Os EUA são já o sétimo maior mercado de destino dos sapatos made in Portugal.

Já o Japão é o 19º e até caiu em 2019. No total, foram exportados quase 259 mil pares para o mercado japonês, no valor de 10 milhões de euros, números que representam uma quebra de 23,6% em quantidade e de 11,6% em valor. O objetivo da APICCAPS é que, em dois anos, a indústria fature, neste mercado, 20 milhões de euros. Contratada foi já uma empresa de consultoria para desenhar a abordagem ao mercado.

Este ano, e até atendendo às condicionantes do mercado e à incerteza dos efeitos do coronavírus, o trabalho estará centrado na prospeção ao Japão. Em 2021, o plano de ataque ao mercado prevê um investimento de meio milhão de euros, com a organização de missões empresariais ao Japão e de missões inversas a Portugal, bem como a presença em feiras, designadamente em Tóquio, e o investimento numa grande campanha de comunicação e promoção local.

E há outros países em estudo. "Precisamos de diversificar destinos. O Japão faz todo o sentido porque as taxas alfandegárias vão ser levantadas gradualmente e dentro de 10 anos não existirão, mas iremos, provavelmente, replicar este investimento noutros países com economias em crescimento”, avança Luís Onofre.


Fonte: In, Dinheiro Vivo
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