20 Fev 2018

Calçado já tem 12 milhões a andar para criar a indústria do futuro

A associação portuguesa do calçado (APICCAPS) já tem cinco projectos em curso, num investimento de 12 milhões de euros, no âmbito do projecto "FOOTure 4.0", que calça a ambição de tornar esta indústria líder mundial no domínio tecnológico.

Não lhe basta ser "a mais sexy da Europa", a que tem o segundo preço mais caro do mundo e uma qualidade de fabrico reconhecido a nível global. A industria portuguesa de calçado quer tornar-se, no espaço de uma década, a mais avançada do mundo. "Queremos ser a referência internacional desta indústria, pela sofisticação e pela criatividade, reforçando as exportações portuguesas alicerçadas numa base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva, fundada no conhecimento e na inovação", afirmou Luís Onofre, presidente da APICCAPS, a associação empresarial do sector.

Nesse sentido, no ano passado, esta organização patronal definiu, na área da inovação, o projecto "FOOTure 4.0", uma espécie de "roteiro do cluster do calçado para a economia digital", que a APICCAPS deverá apresentar em breve. "Desde optimizar processos produtivos, a ser líder mundial no desenvolvimento de novas tecnologias até uma forte aposta no comércio electrónico, o sector do calçado prevê investir até 2020 cerca de 50 milhões de euros" no âmbito do "FOOTure 4.0", avançou Onofre.

Este líder associativo revelou ao Negócios que "os primeiros projectos, orçamentados em 12 milhões de euros, com a coordenação do Centro Tecnológico (CTCP), estão já em marcha", os quais reforçam a ambição da APICCAPS de "ser líder mundial no domínio tecnológico, nomeadamente no que se refere ao serviço de resposta rápida e a pequenas séries".

Metade dos 12 milhões de euros de investimento em curso está alocado ao projecto "Famest", que é promovido por um consórcio de 23 empresas de toda a cadeia de valor do sector (couros, palmilhas, solas, produtos químicos, "software", equipamentos, logística e calçado) liderado pelo grupo Kyaia, o maior fabricante português de calçado, e nove entidades de I&D. O projecto propõe-se, entre outros objectivos, "inovar ao nível do 'design' e produtos, materiais e componentes, bens de equipamento e processos, modelos de negócio e economia digital".

A Kyaia também participa no projecto "Build", que visa desenvolver um produto análogo do couro. O consórcio está suportado na líder Satisfibre, start-up biotecnológica que tem como ambição "constituir a primeira unidade de produção de celulose bacteriana a preços fortemente competitivos no Ocidente, introduzindo assim este material como uma nova matéria-prima para diversas fileiras industriais".

Já o projecto "Extra LightSafeShoe" quer desenvolver "soluções poliméricas para calçado técnico", enquanto o "Smart Cover Pool & Deck", que tem como promotor líder a Soprefa, pretende desenvolver três novos produtos para utilização em piscinas domésticas. No quadro do "FOOTure 4.0", há um quinto projecto em marcha - designa-se "Fascom" e visa "criar as condições necessárias para uma nova forma de negócio de artigos de moda baseada numa resposta rápida às preferências do consumidor".  

TOME NOTA

Novos materiais e tecnologias
O projecto "FOOTure 4.0" pretende tornar a indústria portuguesa de calçado, no espaço de uma década, a mais avançada do mundo.

Investimento de 50 milhões até 2020
"Desde optimizar processos produtivos, a ser líder mundial no desenvolvimento de novas tecnologias até uma forte aposta no comércio electrónico, o sector do calçado prevê investir até 2020 cerca de 50 milhões de euros" no âmbito do projecto "FOOTure" 4.0", afirma Luís Onofre, presidente da associação do calçado (APICCAPS).

12 milhões em 5 projectos já em marcha
Os primeiros cinco projectos do "FOOTure 4.0" estão já em marcha, com a coordenação do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) e representam um investimento de 12 milhões de euros.

Kyaia lidera 23 empresas no maior projecto
O grupo Kyaia, o maior fabricante português de calçado, lidera um consórcio de 23 empresas de toda a cadeira de valor do sector, a que acresce nove entidades de I&D, num projecto denominado "Famest" e que está orçado em perto de seis milhões de euros.

 



Fonte: In, Jornal de Negócios
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