06 Mar 2018

Aqui há 15 mil ofertas de emprego: a "adesão incrível" na BTL

Feira de turismo que decorre no Parque das Nações teve uma enchente sobretudo com as vagas de emprego que está a oferecer. As 10 mil vagas inicialmente previstas subiram com a contratação para uma operação de cruzeiros em larga escala a partir de Lisboa.

A Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), feira de turismo que decorre na FIL até 4 de março, teve uma procura inesperada, e com filas contínuas, de pessoas interessadas nas 10 mil ofertas de emprego anunciadas na sua Bolsa de Empregabilidade. Só que o número antes anunciado pode afinal aproximar-se dos 15 mil.

"A adesão está a ser incrível, muito por parte de jovens mas também de pessoas mais séniores que querem abraçar um trabalho no turismo", adianta António Marto, secretário-geral do Fórum de Turismo, entidade responsável pela Bolsa de Empregabilidade na BTL.

"Temos a casa cheia, numa área com 1200 metros quadrados em que quase não se vê um espaço vazio", refere António Marto, adiantando que as previsões iniciais de 10 mil ofertas de emprego disponíveis na feira de Lisboa deverão subir até 15 mil, face à contratação de última hora por parte da indústria de cruzeiros para uma operação em larga escala a partir de Lisboa. "Não oficializámos ainda o número do total de ofertas de emprego, mas claramente vai ultrapassar as expectativas e ser superior a 10 mil".

A Bolsa de Empregabilidade abriu na sexta-feira para alunos da escola de turismo - "que vieram aqui em massa", segundo António Marto" - e esteve aberta ao público até sábado às 21h.

Hotéis, agências de viagens ou fundos de investimento estão empregadores
Numa altura em que o sector do turismo está fortemente empregador e fala de falta de mão-de-obra qualificada, apresentaram-se na BTL 70 empresas desde hotéis, agências de viagens a empresas de animação, cada uma com várias centenas de vagas por preencher.

No caso da Vila Galé, "temos mais de 350 oportunidades de emprego para as diferentes áreas operacionais dos hotéis, desde recepção, cozinha, restaurante e assistente de direção, e o balanço desta presença foi muito positivo", adianta fonte do grupo hoteleiro que esteve na Bolsa de Empregabilidade da BTL a falar com candidatos a emprego. "O facto da Vila Galé estar com um forte plano de expansão, com a abertura de três hotéis este ano e mais dois em 2019, também tem captado interesse quanto às oportunidades de carreira no grupo".

A DHM, marca hoteleira do Fundo Discovery, tem 250 a 300 vagas por preencher para os seus 14 hotéis em Portugal e apresentou-se este ano, e pela primeira vez, na Bolsa de Empregabilidade da BTL.

"Estamos a precisar de pessoas para uma série de cargos, desde copa, cozinha, recepção, limpeza, salas, mas também para funções de chefia", adianta Mara Soares, diretora de recursos humanos da DIscovery Hotel Management (DHM), referindo que o objetivo da presença na feira de emprego dentro da BTL não passou tanto por recrutamento imediato, mas por aproveitar o contacto direto com pessoas interessadas em trabalhar em turismo para construir uma base de dados.

"Como somos um fundo de investimento e temos ativos diferentes, o nosso caso não é tão óbvio como os grupos Pestana ou Vila Galé que têm marcas de hotéis associadas aos seus nomes, e aproveitamos também para clarificar às pessoas e fazer divulgação do que é a nossa marca", refere a diretora de recursos humanos da DHM.

Relativamente às centenas de empregos que está a oferecer, Mara Soares refere que "geralmente as vagas estão associadas a aberturas, nós vamos abrir em junho o hotel Douro 41 e estamos agora na contratação de todo o novo staff". Os lugares em aberto na DHM envolvem desde empregos sazonais, mais concentrados na operação de verão, até cargos mais permanentes.

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Há muita falta de mão-de-obra no turismo, sobretudo com este 'boom' em que há cada vez mais hotéis a abrir", sublinha a responsável de recursos humanos dos hotéis do Fundo Discovery, reconhecendo que em matéria de emprego o turismo "não é um sector atraente a nível de salários ou por envolver horários rotativos. No nosso caso, por exemplo, temos 6 ativos no Algarve e estamos a perder pessoal para o Ikea".

O grupo de hotéis Júpiter, atualmente a precisar de mais 200 pessoas, foi este ano pela primeira vez à feira de emprego da BTL no intuito de angariar trabalhadores. "Vamos abrir em junho um hotel em Albufeira e estamos a recrutar muita gente para lá. Precisamos de um conjunto diversificado de pessoal, desde copeiros até chefias", adianta Nuno Leandro, diretor-geral do hotel Jupiter Lisboa.

Presente na Bolsa de Empregabilidade da feira de Lisboa esteve também a Turijobs, plataforma especializada em emprego no turismo que têm neste momento 300 a 400 vagas em Portugal. Segundo Vanessa Oliveira, responsável de vendas da Turijobs, o objetivo na BTL é preencher 50% das vagas disponíveis, também em ações de recrutamento rápido".

A Bolsa de Empregabilidade também foi uma oportunidade para se lançar a nova Turilink, "a primeira plataforma 100% portuguesa especializada em emprego no turismo, e esperamos rapidamente crescer e conseguir suprir as necessidades de emprego no país", avança o fundador, Jorge Abrantes.

"Pode-se entrar aqui sem trabalho e sair com um contrato assinado"
A Bolsa de Empregabilidade nasceu há dois anos na BTL, "na altura muito no desejo de fazer alguma coisa diferente e pôr os empregadores a contactar cara a cara com os interessados em ter empregos no turismo", explica António Marto.

Em 2016, na primeira edição, a Bolsa de Empregabilidade tinha 800 ofertas de emprego por parte de 20 empresas, e no ano passado os números já dispararam para 4 mil ofertas de emprego.

"Literalmente, uma pessoa pode entrar aqui sem trabalho e saír com um contrato assinado", frisa.

António Marto nunca sonhou que com o 'boom' turístico no país a Bolsa de Empregabilidade atingisse as atuais 10 mil a 15 mil ofertas de emprego. "Estamos a mostrar ao sector que conseguimos evoluír e transformar este espaço na BTL no maior evento de contratação turística", salienta. "Vamos no terceiro ano, e esta já é a maior feira de emprego turístico em Portugal".

Fonte: In, Expresso
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