07 Abr 2020

Amigos e empresários financiam em 24 horas ventiladores para hospital da Feira

Apelos a contactos começaram na passada sexta-feira, pelas 11h00

Empresários e amigos de Santa Maria da Feira reuniram em 24 horas os fundos necessários para oferecer ao hospital local três ventiladores destinados a ajudar os doentes em situação mais grave de covid-19. A iniciativa partiu do proprietário do restaurante "O Lago", numa "conversa sobre o sentimento de impotência" face à crise motivada pelo novo coronavírus, e ganhou forma com o envolvimento da Farmácia Teles e a mediação da Asa Seguros, todos com estabelecimentos no concelho.

"Sabíamos que o hospital da Feira estava à espera de ventiladores, que são equipamentos fundamentais para o tratamento deste vírus, mas muito dispendiosos, e pensámos no que podíamos fazer para ajudar, considerando que temos tantos clientes e amigos em comum", explica José Resende.

Os apelos aos contactos das três instituições começaram na sexta-feira às ll:00 e "correram tão bem que, à noite, já se tinham reunido fundos para comprar dois ventiladores". José Resende diz que 99% dos contactados responderam afirmativamente ao pedido, o que envolvia 34 entidades, "cada um contribuindo de acordo com as suas possibilidades". Mesmo os que não puderam contribuir nesta fase "já ajudaram de outras formas" desde o início da pandemia, pelo que o empresário reconhece que "não se pode sobrecarregar quem já vem ajudando".

Os donativos envolvidos ultrapassavam esta manhã os 38.000 euros, que era "a verba necessária para pagar dois ventiladores", e, para além desse montante, o agora designado "Movimento Feira com Vida" já acumula mais 5.000 euros.

"Vamos continuar com os contactos e, se reunirmos o suficiente para mais um ventilador, muito bem. Se não der para mais um, a verba disponível passa para a aquisição de material de proteção individual", antecipa José Resende. Em todo o caso, os valores reunidos serão entregues à administração do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, que, tendo sede no Hospital da Feira, também gere as unidades de Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, e assumirá a compra dos equipamentos em questão.

"Se fossemos nós a comprar, a título particular, a lista de espera era de 40 semanas. Sendo o hospital, tem prioridade e recebe o material muito mais rápido", conclui o co-fundador do movimento.


Fonte: In, Jornal N
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