25 Jul 2016

AEP promove Portugal na Colômbia


Bogotá e Medellín no roteiro de uma "grande operação” de promoção externa de Portugal num dos mais promissores mercados da América Latina.

Com uma missão comercial e uma mostra gastronómica, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) realiza uma "grande operação de promoção” das empresas e dos produtos portugueses na Colômbia, um mercado com mais de 48 milhões de consumidores. A comitiva nacional, que parte neste domingo para Bogotá, integra representantes de 15 empresas e um ‘chef’ de cozinha, que partilhará com um congénere colombiano a autoria de um jantar de divulgação da gastronomia e dos vinhos portugueses num dos mais renomados restaurantes de Medellín, a segunda cidade do país.
 
Trata-se da quinta missão empresarial que a AEP organiza naquele mercado nos últimos cinco anos, no âmbito do seu programa de internacionalização "Business on the way”, e a primeira depois da recente autorização das autoridades colombianas à importação de carne de porco congelada e de produtos lácteos de origem portuguesa. É natural, por isso, que a fileira agroalimentar seja a mais representada na comitiva, com participantes de 11 empresas, que permanecerão na Colômbia até à próxima sexta-feira. Mas, também marcam presença duas empresas de têxteis-lar, um fabricante de equipamentos e acessórios para a indústria de construção e um distribuidor de equipamentos de proteção individual e de materiais de combate a incêndios.
 
"Apesar do crescimento económico do país ter desacelerado ligeiramente no ano passado, com o PIB a ficar abaixo dos 4 por cento pela primeira vez desde o início da década, a Colômbia continua a ser um dos mercados mais promissores da América Latina para as empresas portuguesas, quer ao nível do investimento quer das exportações”, justifica o presidente da AEP, Paulo Nunes de Almeida.
 
Apesar de projeções oficiais apontarem, este ano, para uma quebra na procura interna e um maior controlo da despesa pública, a partir de 2017 a economia colombiana deverá voltar a atingir valorizações anuais acima dos 4 por cento, mercê, em boa parte, de uma nova subida das exportações (combustíveis e óleos minerais, sobretudo), numa dinâmica consideravelmente mais acentuada que o comportamento previsto das importações, que também progredirão mas a um ritmo mais lento.
 
JANTAR "PORTUCALE A QUATRO MÃOS” EM MEDELLÍN
 
Nos primeiros dois dias do programa da comitiva portuguesa, oito das 15 empresas envolvidas naquela que é, segundo Paulo Nunes de Almeida, "a maior operação de promoção externa até hoje realizada pela AEP” naquele país sul-americano, terão os olhos postos em Bogotá. Da agenda constam reuniões de negócios com operadores económicos locais e visitas a empresas colombianas que previamente sinalizaram o seu interesse na oferta portuguesa.
 
A partir de quarta-feira, porém, as atenções virar-se-ão para Medellín. A missão prosseguirá, com mais encontros de negócios e contactos comerciais, mas, simultaneamente, tem lugar uma mostra de promoção e degustação de produtos ‘gourmet’ e vinhos portugueses, denominada Portugal Premium Colômbia, que a AEP leva a cabo no âmbito do programa de iniciativas paralelas da 27.ª Colombiamoda, a maior feira da fileira moda da América Latina e um dos maiores eventos que anualmente se realizam na cidade.
 
A iniciativa resulta da participação coletiva de 11 produtores e distribuidores de carne, charcutaria, azeite, condimentos culinários, lacticínios e vinhos, que darão a conhecer o seus produtos aos mais de 60 mil visitantes esperados pela organização do certame. Todos eles contribuirão para a confeção de um jantar de promoção da cultura gastronómica lusa, sob a responsabilidade do ‘chef’ português Ivo Loureiro e do seu colega colombiano Rodrigo Isaza.
 
O jantar está a ser divulgado como sendo "Portucale a quatro mãos” e irá ter lugar no restaurante El Herbario, na zona nobre de Medellín, na noite da próxima quinta-feira. Com os empresários e gestores portugueses sentar-se-ão à mesa líderes de opinião, importadores, distribuidores e outros profissionais do ‘trade’ colombiano.
 
Apesar da persistência de instituições como a AEP e dos esforços de centenas de empresas portuguesas, a balança comercial luso-colombiana continua desfavorável a Portugal, fruto das importações de combustíveis (90,1 por cento das compras portuguesas à Colômbia em 2015).
 
NÚMERO DE EXPORTADORAS PORTUGUESAS AUMENTOU 140 por cento ENTRE 2010 E 2014
 
Com efeito, entre 2010 e 2014 o número de empresas portuguesas a vender para aquele mercado aumentou 140 por cento, ao passar de 138 para 331, mas ainda há muito a fazer para equilibrar as contas entre os dois países.
 
Segundo a AICEP, as exportações portuguesas de bens para a Colômbia cifraram-se em 59,2 milhões de euros em 2015, menos 4,6 milhões que no ano anterior. As importações tiveram um comportamento inverso: atingiram os 279,7 milhões de euros, o que representa uma subida superior a 69 milhões de euros comparando os últimos dois anos.
Em termos do relacionamento económico bilateral, a Colômbia ocupava a 51.ª posição no ‘ranking’ de clientes das exportadoras portuguesas de bens no final de 2015, situando-se no 26.º lugar da tabela de fornecedores.
 
A agência pública de investimento e de fomento das exportações e da internacionalização das empresas portuguesas faz notar, no entanto, que as vendas portuguesas de bens para aquele país tiveram um comportamento bastante positivo de 2011 até 2014, só no ano passado se verificando um recuo acentuado. Mesmo assim, a média anual de crescimento, nos últimos cinco anos (2011/2015), foi de 36 por cento. Passaram de 18,8 milhões, em 2011, para 63,8 milhões de euros, em 2014, caindo depois para os referidos 59,2 milhões, no ano passado.

Fonte: In, AICEP
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