18 Nov 2016

A "Web Summit" das indústrias criativas em três dias intensos de debate na Feira

Quatrocentos e 50 participantes, 55 oradores, 18 países confirmados até à data, quatro continentes e 21 sessões no maior evento mundial para profissionais de Artes de Rua. Será assim o Fresh Street #2 - Seminário Internacional para o Desenvolvimento das Artes de Rua - que entre 24 e 26 de Maio de 2017 salta entre o Europarque e o Cineteatro António Lamoso para provocar a discussão em torno do sector. Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal, chama-lhe a "Web Summit" das indústrias criativas.

Da inovação à sustentabilidade. Esta será a linha condutora da segunda edição daquele que é descrito como o maior evento mundial para profissionais de artes de rua. O Fresh Street #2 chega à Feira - em Maio de 2017 - para celebrar o sector num programa intenso, de três dias, que se divide entre o Europarque, em Espargo, e o Cineteatro António Lamoso. O evento arrasta consigo alguns dos maiores nomes mundiais ligados ao sector e promete colocar o Concelho nas bocas do mundo. Uma cartada que Emídio Sousa, presidente da Câmara, jogou para ganhar. "A despesa na cultura é um investimento" - reforçou, em conferência de imprensa, na apresentação do programa do evento que será "cereja no topo do bolo" na sua aposta de internacionalização do Concelho. "Penso que é tempo de olhar para este território. Este evento é a "Web Summit" das artes e da cultura. Podemos dizer que é o equivalente das indústrias criativas" - afirmou. E se o mega evento, que por estes dias invadiu a capital, mereceu a total atenção dos responsáveis políticos de Lisboa, o presidente espera que o mesmo aconteça em Maio por terras da Feira. "Lisboa tem de perceber que o que vai acontecer aqui é algo de absolutamente extraordinário".

O evento chega ao Concelho depois de ter ultrapassado as candidaturas de cidades como Paris (França) e Hull (Inglaterra), que também entraram na corrida pelo seu acolhimento, e resulta de um trabalho árduo de uma "equipa empenhada" da Câmara Municipal. O destaque é feito pelo vereador da Cultura, Gil Ferreira, que numa retrospectiva pelo caminho percorrido até aqui aponta os resultados: a Feira a posicionar-se à escala europeia.


Programa intenso
O evento, que arranca no dia 24 de Maio, instala-se durante dois dias no Europarque com várias frentes de discussão: plenários, sessões 'tailor' e sessões foco. Estão previstos, aliás, três plenários com temas que vão desde as boas práticas de políticas públicas para o apoio à criação artística para o espaço público, passando pelo papel do cidadão na realidade actual da criação artística e pelas artes de rua como elemento de transformação dos territórios - esta última já com lugar no Cineteatro. É também no centro de congressos que acontecem todas as sessões 'tailor', que se apresentam como o grande momento de debate informal do Fresh Street #2. Ao longo dos dois primeiros dias do evento, estão previstas 12 sessões - seis por dia -, com seis temas distintos em destaque. Nestas serão abordadas problemáticas como a questão dos direitos de autor nas Artes de Rua, os planos de segurança, os novos modelos de apoio à criação artística no espaço público, os programas participativos, as parcerias internacionais e a resposta à pergunta: estão as Artes de Rua abertas a repensar conceitos?

No segundo dia do Fresh Street #2, que a organização descreve como o mais intenso, há ainda espaço para uma feira de artistas - o Imaginarius PRO - que ao longo de mais de oito horas vai tentar promover os artistas portugueses. E é no dia 25 que o debate galga as fronteiras europeias para perceber o que se faz lá fora. Em palco, nesta sessão foco, estarão três oradores oriundos de Macau, Brasil e Cabo Verde. E "Não muito longe", também se partilham experiências do Sul e Leste da Europa. O dia termina com o Festival Imaginarius, numa noite de antestreias de criações com selo luso.

O evento, porém, não ficará restrito ao Europarque. No último dia, o Fresh Street #2 desloca-se até ao Cineteatro António Lamoso para colocar o ponto final na segunda edição da celebração. O programa abre com a última sessão plenária do evento e segue com uma 'roun- dtable session' que se desdobrará entre seis temas da actualidade - e que só serão definidos no próprio dia - num máximo de 36 participantes. Antes das conclusões finais, ainda há tempo para responder à questão: Onde está Portugal no panorama europeu das Artes de Rua?

Paralelamente ao Fresh Street #2, acontece ainda um "encontro mais restrito" que reúne decisores políticos à escala europeia e que pretende discutir os caminhos das políticas públicas para o apoio às Artes de Rua. "Há um destaque ao acolhimento deste encontro que nos coloca, não apenas como um centro produtor de conteúdos dentro dos domínios das artes de rua, mas também no centro da discussão" - observou Gil Ferreira. Desta segunda edição - a primeira aconteceu o ano passado em Espanha, entre Barcelona e Tàrrega- sairá um documento "aberto ao mundo" com base nos temas abordados durante o evento. "A cada dois anos [o evento é bienal] há uma nova reflexão, um novo documento que é quase como um capítulo com base nestas discussões" - explicou aos jornalistas Bruno Costa, director do Fresh Street #2, salientando que à excepção das 'tailor sessions' todo o evento tem tradução simultânea.

A participação no Fresh Street #2 é gratuita e carece de registo prévio através do website da Circostrada Network - entidade que em parceria com o Imaginarius organiza o evento -, o www.circostrada.org. O programa do evento será completado com performances artísticas, programação que será divulgada no início do próximo ano. Nomes como Jong-Yeoun Yoon, da Coreia do Sul, Dave X dos EUA, ou Joe Ma- ckintosh, do Reino Unido, são alguns dos 55 oradores já confirmados para Maio. Em Março, a organização irá divulgar o programa completo de oradores do seminário.


Fonte: In, Terras Notícias
Política de cookies

Este site utiliza cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso.   Saiba Mais

Compreendi