17 Jan 2020

A tradição que passa de geração em geração

A regueifa, a fogaça e o bolo de amêndoa são o ex-libris da Delícias do Castelo, que faz as delícias dos portugueses, do Minho até ao Alentejo.

Na cidade de Santa Maria da Feira, as especialidades das Delícias do Castelo passam de tradição em tradição, mas sempre com selo de qualidade. Situada na movimentada Avenida 5 de outubro, começou por ser uma mercearia, mas a abertura de uma grande superfície comercial obrigou os fundadores a mudarem de rumo. Nada que os tenha atrapalhado.

"Sempre fomos pessoas de dar a cara à luta, se não for por um sítio é por outro", começa por explicar o sócio-gerente, Pedro Castro. Pelo que, juntamente com a irmã, Lúcia Castro, meteram literalmente as mãos na massa e começaram a dedicar-se à confeção de doçaria tradicional. "Começamos a dedicar- nos mais à regueifa, à fogaça e ao bolo de amêndoa. Mas também fazemos caladinhos, broa à lavrador, docinho de chá, tudo fabrico próprio", sublinha.

De todas estas iguarias, Pedro Castro não consegue escolher somente uma, ficando dividido entre o bolo de amêndoa e a regueifa. A receita desta última vem de geração em geração, tendo começado com a bis avô de Pedro, passado para a avó e, posteriormente, da mãe para a irmã. "É uma regueifa que já vem dos nossos antepassados, era a minha bis avó que fazia e depois passou para a minha avó. Ela costumava dizer que tinha três filhas, mas que se calhar nenhuma iria saber fazer a regueifa. Felizmente, a minha mãe sabe e a minha irmã também já sabe", conta o sócio-gerente. Pedro Castro espera agora ser o próximo a aprender o segredo da confeção, que revela estar "nas mãos". "O segredo está na forma como se faz, na entrega e no carinho", confessa o sócio- gerente, que tem aprendido com a ajuda da mãe porque quer um dia "chegar lá". Com 69 anos, a mãe é para Pedro Castro o pilar da família.

A juntar à casa, cujas regueifas são confecionadas todos os dias e começam a sair do forno logo pelas dez da manhã para confortar o estômago dos feirenses já ao pequeno-almoço, os sócios-gerentes da Delícias do Castelo, depois de se terem estreado com uma barraquinha na Viagem Medieval, avançaram para a participação em feiras, como as medievais, de artesanato e de gastronomia pelo país. "Fazemos feiras já há 20 anos e de ano para ano, os clientes vão ter connosco e dizem-nos:''Compramos cá o ano passado, gostamos muito e viemos comprar outra vez". É o que nos dá força para continuar", revela Pedro. Em jeito de brincadeira, o sócio-gerente adianta mesmo que "ir à Viagem Medieval e não comer um 'bom bocado de amêndoa' [nome dado ao bolo de amêndoa] é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa". A conclusão é tirada com base na reação das pessoas quando chegam à banca da Delícias do Castelo na Viagem e se deparam com o 'bom bocado de amêndoa'. Ninguém consegue esconder o entusiasmo pelo bolo. E para acompanhar o 'bom bocado de amêndoa' ou a regueifa, Pedro Castro deixa a sugestão. "Agora com o frio, um chá, um café ou um vinho do Porto", perfazem um acompanhamento perfeito. Abertos desde 1964, o sucesso do negócio são os produtos com qualidade da casa. "Como costumo dizer, um negócio com produtos com qualidade é meio caminho andado para o sucesso. Por isso é que as pessoas nos procuram. Há felizmente uma grande percentagem de pessoas que gostam de produtos com selo de qualidade", destaca.

E como é nas Delicias do Castelo que "mora o sabor da tradição", com o aproximar da Festa das Fogaceiras, as fogaças vão saindo do forno a um bom ritmo. E não se admire, caso lhe perguntem se "quer branquinha ou tostadinha", é que nesta casa é ao gosto do cliente.



Fonte: In, Correio da Feira
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